Sobre o 7x1 cotidiano

Ei meu amigo Charles Brow, talvez seja esse o momento propício para separar "o joio do trigo". Leia quando tiver bastante tempo...

Com certo constrangimento afirmo: "Aquele povo que insistia que o Brasil deveria construir escolas ao invés de estádios", tinha razão! Fomos derrotados em campo, massacrados nas quatro linhas, e olhando um pouco a derrota da nossa seleção de futebol, entendo de que modo fomos também derrotados na educação.

1) Hostilizar a presidente Dilma e o hino nacional chileno, assim como queimar nossa bandeira após a derrota em campo [dentre outras aberrações] é próprio de quem não teve bom desempenho em "Educação moral e cívica e OSPB", que já não fazem parte do currículo escolar porque são "heranças da ditadura".

2) O povo brasileiro detesta a matemática (é necessário muito esforço para dominar matemática, e no Brasil, queremos tudo com facilidade, sem esforço) Porque se fossemos bons em matemática, veríamos que o FRED é responsável por UM TERÇO dos gols que o Brasil marcou na Copa, e que os laterais são os maiores responsáveis pelo desempenho dele nessa copa [Ele não é craque. É só um centro-avante. A bola deveria chegar até ele] Torcida pegou pesado com ele hoje...

3) Em educação física, aprendemos que o esforço e o nível de dificuldade das tarefas que executamos é primordial para melhorar nosso nível. Cantei essa pedra antes da Copa. Me diga como vencer seleções do nível da França (2006) Holanda (2010) e Alemanha (2014), se fazemos amistosos preparatórios com Omã, Panamá, País de Gales, e consideramos grandes resultados empates com México, Chile, e goleada sobre Camarões já eliminado?

4) Na escola, quando nosso desempenho é desastroso, intensificamos nosso esforço para melhorar no semestre seguinte (se isso for realmente importante pra gente) A Alemanha nos deu uma lição. Derrotada em 82 e 86, foi campeã em 90, com a mesma geração. Derrotada em 2002, chegou as semi de 2006 e 2010 e hoje massacrou o Brasil, com a mesma geração. Nós tivemos que mudar a geração para alcançar triunfos!

5) Outra lição que a Alemanha nos deu foi o respeito ao adversário [Aprenderam no pós-guerra lendo o Sun Tzu] e consciência de sua própria capacidade, coisa que não temos. O principal jornal alemão disse; "A vitória sobre a seleção anfitriã e pentacampeã será lembrada por gerações. Contaremos aos nossos filhos e netos.". Viu só, o adversário foi humilhado em casa por eles, e nem por isso se consideram os melhores do mundo. Fazem questão de reconhecer uma "soberania" que nossa seleção não possui há tempos...

6) Meu irmão, a Filosofia estimula o pensamento e o raciocínio crítico. E como faz falta em nossas escolas. Pouquíssimos brasileiros conseguem produzir uma argumentação coerente. Isso não quer dizer que somos burros. Nós temos preguiça de pensar! E por não pensar direito, elegemos um vilão e atribuímos a culpa de algo que não deu certo a ele. A culpa é da Dilma, do Mick Jagger, do Fred... e da Globo. Só não é nossa...

7) A única coisa que sabemos criar é "memes". Somos um povo bem humorado, porque aqui "zoeira never end". E o nosso espírito de levar tudo na brincadeira não nos permite levar as coisas no sério. Perdemos porque Neymar não estava em campo? Negativo! Perderíamos de um jeito ou de outro, nossa seleção não é a melhor do mundo. Talvez não seríamos massacrados. De todos os jogos que assisti, neste eu senti falta do Thiago Silva. Nossa zaga tava uma zorra... 

A geração do Neymar estava em campo em Londres, 2012, e perdemos uma final olímpica para o México. Gente pelo amor de Deus! Quem é o México no jogo do bicho? Vencemos a Copa das Confederações contra a "temível Fúria" que pegou 5 x 1 da Holanda no primeiro jogo desta Copa. Sejamos sinceros. Se queremos o hexa em 2018 precisamos melhorar muita coisa, porque nossos adversários melhoraram e enquanto estávamos concentrados pensando no Neymar, esquecemos do Müller, Klose, Krost, Schweinsteiger, Neuer e todo o resto. Ja dizia Sun Tzu "Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”

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