Paraense odeia preconceito! Mas discrimina os outros! Oxe?

Essa obra de arte é resultado da inspiração do artista plástico Ézio Lobo. Os retoques do mapa são de minha autoria, feitos no paint, minha especialidade!

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 “Então pronto, está explicado”, disse o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB – AM) ao saber que a senhora Laudenice Paiva, moradora de área de risco da capital amazonense, era paraense, e tinha deixado Belém – PA em busca de melhores condições de vida em Manaus – AM.

Laudenice insistia sobre o risco de morte que teria de enfrentar se permanece na área em que se encontrava, mas ao mesmo tempo, a senhora relutava em deixar o local alegando que não tinha para onde ir, “Mas a gente está aqui porque não tem condição de ter uma moradia digna”, disse a moradora que recebeu do prefeito de Manaus um sonoro” Minha filha, então morra, morra!”.

Por incrível que pareça, o que mais chamou a atenção do Brasil nesse diálogo curioso capitado pela TV Amazonas (afiliada da Globo no estado) foi o ato preconceituoso do prefeito de Manaus em relação a insistência da dona Laudenice, que ao questionada pelo prefeito, afirmou ser de origem paraense. A atitude de Amazonino foi repudiada oficialmente pelo Governo do Estado do Pará, como um ato de “discriminação inaceitável”...

 E por mais incrível que pareça, o que me chamou a atenção desse caso foi a atitude dos Paraenses, que ficaram chateados com o preconceito do cidadão amazonense... “Morróia!!!”... diria um personagem das “Garras da Patrulha”. E o que dizer do preconceito enfrentado por milhares de Laudenices maranhenses que tentam a vida no Pará? Preconceitos enraizados na cultura paraense que ousa afirmar que os atrasos sociais do estado são resultados da migração maranhense. Ser discriminado dói? Que bom que os paraenses começam a entender isso!

Agora vem o que mais me revolta; o repúdio paraense a atitude de Amazonino Mendes transformou – se em campanha de super valorização da cultura local (sério?) e o que tem sido feito no Maranhão a respeito do preconceito sofrido por seus cidadãos? Bom... em Imperatriz a galera toma Cerpa Gold, ouve Tecno – brega, as lojas esportivas vendem camisas do Paysandu (procure uma camisa do Cavalo de Aço ou do JV nas lojas locais) e o sonho de todo jovem imperatrizense é estudar medicina na UFPA (se o MEC não fechar o curso antes).

E não tente conversar com um Imperatrizense sobre o preconceito que todos os maranhenses sofrem no Pará. Eles dirão que são “evoluídos” e não mantém nenhum tipo de sentimento de repúdio a respeito do Pará... Povo evoluído! Agora experimente falar sobre São Luís – MA perto de alguém de Imperatriz – MA... Você certamente verá o que é a evolução... do preconceito!

Mas afinal de contas, o que pretendo? Que todo mundo discrimine todo mundo?... NÃO! Quero que todos entendam que o preconceito de local de origem (e todos os outros) só existe porque uns “pensam” que são mais “evoluídos” que os outros! Eu particularmente prefiro ficar com a opinião popular que diz “o rico, o pobre, TUDO ACABA NO BURACO!”.     

Hilton Marcos
twitter: @hilton1301