Sobre o cinismo da Imprensa e o Empoderamento Feminino

Tente exergar além do que vc está vendo, lendo, ouvindo...
Veja como o sorriso cínico de Poliana Abritta, apresentadora do Fantástico, simula o estado de graça da Imprensa com o nosso atual governo. Meses atrás, supor que um cidadão teria que trabalhar mais cinco anos, para ter uma digna aposentadoria, ou que ele teria de pagar mais impostos para tirar o país dessa grave crise, resultaria numa horda de manifestações populares motivadas por essa mesma Imprensa, que agora se deleita, como Poliana, na presença de Meirelles.
Você olha para o atual Ministério, exclusivamente formado por homens brancos, ricos e com passado questionável, e não consegue dizer se é uma reunião ministerial, ou uma reunião do Grande Oriente do Brasil (sim, porque para não ter mulher alguma ali, só pode ser reunião de loja maçônica. Que outro motivo pode haver? ).
E engana-se quem pensa como o colunista estúpido do Jornal de Brasília, que disse que "a beleza de Marcela Temer já vale qualquer participação feminina no Governo". Que Marcela é bela, não questiono. Os padrões de beleza (que pouco importam aqui) se preocupam com essas trivialidades. Não consigo entender é: como a revista Veja a classifica como " recatada" e "do lar", expressão que eboliu o Brasil semanas atrás, e ofendeu inúmeras e incansáveis ativistas pelo direitos das mulheres.
Se as meninas conservadoras prestassem bem atenção, veriam que Veja fez o favor de atiçar as feministas, na mesma intensidade em que desvirtuou o recatamento doméstico (que vocês tanto defendem). Porque no sul do Pará, moças de 19 anos que participam de convenções partidárias, para encontrar o amor verdadeiro num homem de 50 anos de vida e 25 de usurpação dos bens públicos, jamais seria classificada como "recatada e do lar".
Pode ser que o Pará seja um estado machista, e aqui, Marcela Temer ganharia o nada virtuoso apelido de "Maria Palanque". Se bem que, não estou interessado nas escolhas dela. Ela tem todo direito de ser o que quiser. Eu estou embasbacado é com o cinismo da Imprensa, belamente refletido nas colunas do Estadão, nas páginas amarelas de Veja, e nas conversas fiadas do Alexandre Garcia, do Bonner e no caô de Abritta.
Esse Congresso, essa Imprensa e esse Governo com sua misoginia mereciam o mesmo fim dos guerreiros Dothraki, no episódio de ontem de Game Of Thrones. Uma ode ao empoderamento feminino, diante das trevas que assolam esse país.

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