Muro de Imperatriz – Paralelo 010


Por muito tempo a humanidade foi separada por barreiras ideológicas e algumas até físicas, onde o racismo, a xenofobia e a intolerância religiosa ou político – ideológica transformou – se em liga que solidificou essas barreiras.
BR 010 em Imperatriz - MA: Foto - Iran Peixoto
Os exemplos mais populares desse tipo de divisão são sem dúvidas o Muro de Berlim, que separou a Alemanha Ocidental (capitalista) da Alemanha Oriental (Comunista), dividindo os moradores de Berlim segundo interesses políticos, e o Paralelo 38º que separa as duas Coréias. No caso alemão, o muro físico foi simbolicamente derrubado por um grupo de manifestantes o que levou ao processo de Ocidentalização do lado Oriental (que deixou de ser comunista, e passou a ser o lado pobre da Alemanha Capitalista), transmitido para os alunos do ensino fundamental e médio como “reunificação alemã”. Algo parecido se propõe para as Coréias; transformar o lado norte em uma gigantesca periferia do lado sul da península.

Olhando para Imperatriz devo admitir que nunca prestei atenção de que nossa barreira ideológica é na verdade social. Existem duas cidades: Uma provida de recursos básicos para a organização social, onde se concentram todos os órgãos públicos importantes e toda a rede de serviços da cidade. A outra cidade é formada por um amontoado de casas e pessoas que não tiveram a mesma sorte dos habitantes do lado Ocidental. A divisa ideológica dessas duas cidades é a BR – 010, conhecida como Rodovia Belém – Brasília, e as conseqüências dessa divisão desumana só afeta os moradores do lado oriental, que precisam se locomover até os bairros centrais (no lado ocidental da cidade) em busca de coisas muitas vezes simples.
É fato que no lado menos provido da cidade, algumas redes comerciais e alguns serviços básicos começam a chegar, mas numa lentidão assustadora, parece que o poder público esqueceu – se dos serviços mínimos de urbanização em certas vias tidas como “principais” em alguns bairros do lado oriental.

O chato de se tocar nesse assunto é que não demora muito para vir um “apaixonado fanático” pelo atual Gestor Municipal (ou por um antepassado) que deságua aqui seu mundaréu de críticas as observações feitas sobre as condições que enxergamos na cidade, e ainda me fazem o favor de se derreter em elogios pelo seu prefeito preferido dizendo “o meu é muito bom, Fulano é que é péssimo. Você é novo aqui, ainda não viu nada”. Meu Deus! Ainda bem que não vi mesmo, seria um susto ainda maior. 

Mas não é esse debate que proponho aqui. Gostaria de ver todo esse potencial de argumentação dos defensores e opositores da atual gestão da gestão passada, convertidos em cobranças aos responsáveis pela situação observada em nossa cidade. Precisamos urgentemente equilibrar o desenvolvimento urbano dessa cidade, sob risco de num futuro não muito distante, ter que conviver com uma Suíça e um Haiti separados por uma BR revitalizada, barreira ideológica da cidade que tem mania de grandeza e que se esquece de repensar “pequenos problemas”.      
                                                                     

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2 Comentários

  1. A Verdade mais verdadeira já dita! É triste os anos de descaso com a população. E só queria dar um lembrete ao meu amigo Hilton, que do maltrapilho lado em que me encontro, por exemplo, existem prédios construídos - como o do Tj - se não me engano, porém nunca terminados, como a novela da nova rodoviária. Esses prédios estão logo à frente da Universidade Facimp, são prédios públicos não funcionais. Dinheiro jogado fora. Essa é a política que se faz no Maranhão, infelizmente.

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  2. Grande Heider! Descobri o outro lado de Imperatriz por um acaso do destino. Peguei o ônibus errado e fui parar numa quebrada sinistra! Espero que o poder publico olhe praqueles lados de Imperatriz

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