PESQUISA SOBRE OS JORNAIS IMPRESSOS DE IMPERATRIZ-MA

Por Hilton Marcos Ferreira, Mauro Oliveira Ribeiro e Ramon André Cordeiro.


A pesquisa de campo realizada entre os dias 29/11/2010 e 08/12/2010 entrevistou 50 pessoas das mais variadas idades, escolaridades, e localidades de Imperatriz, no intuito de, compreendendo o anseio do público, elaborar propostas para aprimorar o trabalho jornalístico nos meios de comunicação de Imperatriz - MA. Buscamos saber com que freqüência tais leitores recorriam aos jornais impressos em busca de informação, e que tipos de informação estes preferiam ou gostariam de ver publicadas.
Dos cinquenta entrevistados, seis completaram o ensino fundamental, onze o ensino médio, vinte e cinco estavam cursando o ensino superior ao passo que oito já haviam concluído uma graduação. Quinze entrevistados declaram ler jornais diariamente, vinte ocasionalmente e quinze raramente. Criamos quatro divisões de faixas etárias: até 20 anos de idade, de 21 a 30 anos, de 31 a 40 anos, e acima de 40 anos. Quanto ao sexo, dos 50 entrevistados, 28 são do sexo masculino e 22 do sexo feminino. 15 revelaram ler jornal impresso diariamente, 20 declararam ler jornal impresso ocasionalmente e 15 raramente. 
Quanto ao conteúdo buscado, desconsiderando a lista de preferência por assuntos (aqueles cuja importância foi enumerada em 1°, 2° e 3° lugar), e considerando somente as citações, predominam os seguintes assuntos:
1_ Política [30 indicações]
2_ Educação [23 indicações]
3_ Esportes [20 indicações]
4_ Notícias Policiais. [20 indicações]
5_ Cultura [19 indicações]


Quando se pede para elencar por prioridades (em 1º, 2º e 3º lugar), dentre os assuntos de maior importância para os entrevistados se revela o seguinte quadro:
Os mais buscados são:
1º lugar
2º lugar
3º lugar
1_ Política [13 indicações]
1_ Política [10 indicações]
3_ Notícia Policial [9 indicações]
2_ Cultura [12 indicações]
2_ Educação [9 indicações]
3_ Educação [9 indicações]
3_ Esportes [9 indicações]
3_ Esportes [7 indicações]
3_ Política [7 indicações]

            Ao se perguntar que tipo de assunto os leitores gostariam de ver mais abordado nas páginas dos impressos de Imperatriz, o seguinte quadro é revelado:
1_ Cultura [26 indicações]
2_ Educação [21 indicações]
3_ Política Local [21 indicações]
4_ Saúde [17 indicações]
5_ Economia Popular e Direito do Consumidor. [15 indicações]


Ao pedirmos para o leitor atribuir por prioridades qual assunto este gostaria de ver nos impressos em 1º, 2º e 3º lugar, têm-se esses resultados:
O que se espera é:
1º lugar
2º lugar
3º lugar
1_ Cultura [17 indicações]
1_ Educação [9 indicações]
3_ Política Local [9 indicações]
2_ Educação [7 indicações]
2_ Política Local [7 indicações]
3_ Saúde [7 indicações]
3_ Economia Popular e Direito do  Consumidor. [7 indicações]
3_ Saúde [7 indicações]
3_ Economia Popular e Direito do  Consumidor. [6 indicações]

O jornal impresso mais lido é “O Progresso”, citado por 42 pessoas, seguido de “O Estado do Maranhão” que tem 36 indicações. Logo após, “Folha de São Paulo” e “Jornal Capital”, ambos com 12 indicações. E em quinto o “Jornal Pequeno”, com 11 indicações.
Trinta e cinco entrevistados declararam ler jornais on-line e/ou portais de notícias, enquanto quatorze disseram que não. Quarenta e dois entrevistados disseram que os jornais impressos deveriam possuir versões on-line, enquanto sete entrevistados disseram que não. Ao serem interpelados quanto à nota merecida pelos jornais impressos de Imperatriz, a média ficou em 5.5.
Baseado nas opiniões dos leitores, expressas nos dados quantitativos e qualitativos, podemos apontar como pontos principais de crítica, e também como pontos de partida para uma proposta de melhora, os seguintes aspectos: cor e qualidade do papel; melhor logística de divulgação e distribuição; clareza e objetividade na linguagem; criatividade; abrangência de conteúdo; menos sensacionalismo e posicionamentos tendênciais; maior preocupação com ortografia e gramática; maior preocupação com interface gráfica; maior integração com outras mídias digitais; mais capacitação e mais interatividade e acessibilidade.
Todas as propostas e pontos apontados são reforçados pelas mais diversas teorias. Traquina (2001; 2002) afirma: “os resultados das pesquisas colocam em evidência que fatores de natureza pessoal, social (organizacional e extra - organizacional), ideológica e cultural informam e constrangem as notícias”, portanto a quebra de vínculos diretos com órgãos do poder publico é fundamental, bem como a instituição de um jornalismo mais investigativo e crítico que permita mais independência em relação a estes. Segundo Miguel Alsina, “os fatores estruturais e as rotinas produtivas entram em jogo com os valores das notícias, o que reflete a necessidade de firmar e clarificar as separações dos departamentos econômicos e de marketing, buscar publicidades variadas e divulgação criativa”. 
Valorizar a cultura e a política local, assim como seus significados e valores, é fato indiscutível, ora que isso foi apontado nos dados como a maior ansiedade da audiência. José Marques de Melo é incisivo ao revelar que a característica requisito ao jornalista é o “Julgamento”, o crivo. O jornalismo necessita de interpretadores, deste modo os jornais de Imperatriz deveriam usar menos releases e primar pela busca e produção da notícia – essência da atividade jornalística. Ainda de acordo com Marques de Melo _ a ligação com o presente, com o atual, é fundamental ao exercício jornalístico _ portanto a adesão a novas tecnologias e ferramentas midiáticas digitais da internet é aquilo que deve pautar o desenvolvimento dos jornais a partir de agora. Disponibilizar versões online e criar maior interação com as diversas mídias sociais é uma exigência tão natural quanto atual. 
Por conclusão, tomamos como imperativa a necessidade de quadros mais capacitados, pessoal com formação jornalística aguçada e que tenha criatividade e inovação, um tanto deficientes no caso de Imperatriz.

Confira os gráficos percentuais:



 Os resultados da pesquisa sobre internet interessaram os pesquisadores e a orientadora da pesquisa, mas como a pesquisa em si procurava estudar os jornais impressos, os resultados sobre internet não foram totalmente explorados. Estamos trabalhando na possibilidade de fazer uma pesquisa sobre internet em função do grande interesse do público sobre o assunto.

O critério utilizado para selecionar os entrevistados levou em consideração as pessoas que lêem jornais impressos (mesmo que raramente) pois assim teríamos respostas satisfatórias para a problemática abordada. Outras pesquisas foram realizadas analisando o conteúdo jornalístico das rádios e TV's de Imperatriz. Os trabalhos estão guardados no Acervo do Curso de Jornalismo, no Campus da UFMA de Imperatriz. Os interessados em ter acesso aos demais resultados podem procurar a coordenação do curso de Jornalismo da UFMA de Imperatriz e perguntar pelas pesquisas realizadas sob a orientação da Profª MsC. Roseane Aracanjo.



Hilton Marcos
twitter: @hilton1301


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